apartamento902
!!! domicílio de poemas do TRELLES ¡¡¡
sábado, 28 de abril de 2007
Berro
Desentupidorde ouvidode madame:Canona mão do mano.
sábado, 21 de abril de 2007
Epitáfio para um sábio
Existi
como quem resiste.
Das vidas que tive
só pude deixar
o que levei
quando parti.
Um bem precioso
– poder dizer,
depois de morto:
sobrevivi.
sábado, 14 de abril de 2007
Mantra tecnológico
Máquinas são boas.
Máquinas são más.
Máquinas, entretanto,
máquinas, nada mais.
Homens e Mulheres
é que são,
com seus sentimentos,
com sua ambição,
o problema imenso
sem solução.
domingo, 8 de abril de 2007
Momento da páscoa
...Amém.(Não perca tempo!Aproveite a promoção!É agora:se você não podecomprar seu fordvocê não é gente!Faça jáseu cartão de ingenuidadeda sua farmácia dos pobrese ganhe descontosquando ficar doente!Faça agora mesmoseu cartão de débitosomatomáticopra obter vantagensno clube do desespero!Compre a revista e vivaa vida das estrelas!Viajecom o filme pelo mundodo cinema e da tevê!)-Voltamos a apresentar:(
sexta-feira, 6 de abril de 2007
Renasceduto
Vivemos a era da violência.
Tudo é força bruta,
a era em que nada se lapida,
mas deforma.
Somos corpos esquisitos
que infartam a cidade,
e se cansam,
e não descansam
- recarregam.
Meio-dia sob hipnose
entre cercas & propaganda
(de seios intocados,
esperança e alguma punheta);
meia-noite desligado.
Entre eles, promoção de
medo
e rancor
pra todo mundo.
Pela manhã de pé
no ônibus,
abrindo a massa no cotovelo,
durante o dia correndo
no emprego
de joelhos pro empregador
ou nem isso.
E antes de voltar pra casa ainda
(ou mesmo já no aconchego do lar)
a disputa com o ladrão
pra saber quem é mais esperto
- já que o protegido é ele, sempre -
seja paisano, fardado
ou político.
Somos o que temos
e o que não temos
nos açoita
no horário nobre:
é preciso trabalhar mais
roubar mais
passar no concurso ou
conhecer alguém na prefeitura.
Viver?
Artigo de luxo. A cidade é o caos, as férias
também,
e ainda assim
só pra quem tem.
Viver mesmo não vivemos, esperamos
enquanto nos esprememos na inútil luta
por espaços:
o físico, o status...
...já desconhecemos o silêncio.
E lutamos
contra o que quer que apareça
na hora da pancadaria.
Somos crianças cruéis
destravando traumas
no músculo
até o amor virar túmulo e tumulto.
Animais cevados à ração diária
de delírio, de pornografia,
de razão.
Vivemos a era da violência.
Na cintura
à toa
na cabeça
à toa
na pessoa
à toa;
besta com rédeas
no cérebro
(o domínio está completo).
De gostos mesmos,
choros mesmos, mesmos
ódios, cicatrizes mesmas
nas costas,
milimétricas
como o corte do açougueiro.
Vividores de vida outra
noutra vida de vitrine.
– Bombas na televisão, vírus – no ar,
mais real que cinema.
Entre asfalto e pneu o crânio,
despedaçando-se,
esmagado em câmera lenta,
ao vivo
- náusea e pânico.
A cabeça
e o zunido nos ouvidos dor
de toneladas.
Esta é a era da violência.
Ninguém vai restar intacto.
TRELLES © 2005-2007 André Telles do Rosário
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