apartamento902

!!! domicílio de poemas do TRELLES ¡¡¡









sábado, 19 de novembro de 2005
 

Carnaval no 902


Shima, Trelloso, Sorelli, Fabriz, Mary Emily e Giu
Foto de Márcio Shima











sábado, 12 de novembro de 2005
 

Tabaco




Noite de outono, sexta-feira, São Paulo.
Despeço-me de meu Real
numa padaria de esquina. Um maço.

Na varanda do oitavo andar a cidade
é sonho de delírio passado. Teto baixo, nuvens
escuras e garoa fina. No chão os anúncios,
fios, postes, lâmpadas, faróis, frenéticos.
Enquanto consideramos sobre a vida
eu mais meu comparsa. Titia Jagger
faz suas simpatias pelo estéreo.
13 cigarros.

Rasgamos cuidadosamente o tecido
de asfalto e tumulto de carros
da Brasil. Desta vez em cinco
dançamos sentados. Nos dirigindo,
o suíngue. Acendem um cigarro.
São 10, ainda.

Reconheço e me cumprimentam
olhos, mãos, bocas e ouvidos
das antigas. E meus pés
cruzam tranqüilos a multidão.
Atrás de mais combustível, encontro
uma paixão do passado que beija
seu namoradinho. Uma cerveja.
6 cigarros.

Perfeito! A alquimia perfeita
o som e a celebração!
E todos esticam seus músculos
oculares. Dentro de mim todo o Delírio!
É preciso celebrar! E meus pés
desenham o caminho. E meus pés
percutem o chão. Marcam,
rítmicos, irônicos, elétricos,
congraçamentos. Danço,
Viver é o prazer supremo!
(e já são 4, os no maço).

A última boca que a minha
boca poderia seivar é ida.
Comigo só eu, e distante demais
pra tocar instantes mais sutis.
Risco de giz a pista vazia.
2 cigarros, só tenho mais outro,
e um insuportável bafo.

O último cigarro escorre-me dos dedos
para o bueiro. E o fecunda.
Nasce o Sol.

De volta à pacata vida,
compro um novo maço.

























quarta-feira, 9 de novembro de 2005
 

Vou-me embora pra Sorocaba



Vou-me embora pra Sorocaba
Lá sou filhinho de papai
Lá tenho o salário que quero
Na empresa que escolherei
Vou-me embora pra Sorocaba

Vou-me embora pra Sorocaba
Aqui não consigo ser careta
Aqui a existência é uma doidura
De tal modo estupefaciente
Que já beijei metade da metade
Das mulheres da cidade
E ainda não foi suficiente
Pra encontrar a tal figura

Lá casarei com uma modelo
Bonita e inteligente
E simples e leve de pensamento
Como eram minhas certezas da infância
E teremos filhos, cães, carros na garagem
Casa própria com jardim, e dinheiro
Pra torrar em brinquedos e viagens
Vou-me embora pra Sorocaba

E quando eu estiver mais triste
Morrendo de saudades de Recife
Da vida que tive, dos beijos
E das baladas que deixei pra trás
- Lá serei um homem ocupado -
Vou me deter num suspiro prolongado
E voltar ao trabalho, pra esquecer
(Porque já terei largado o cigarro)
Vou-me embora pra Sorocaba.
























 

Absurdos de te dar



Condensar é a palavra
Irreverência é a palavra
Hélices de medir tempo
estáticas
Mamilos de plástico roxo
Imatéria de fazer com as mãos
Poesia
Tuas sobrancelhas por sobre a cidade
e além dentro de minha retina
Depuração de sangue podre
Pássaro verde caindo do pé
de pássaros
Caracóis, camaleões e insetos
Pista e paisagem
Apesar da pastilha
A chuva que desaba sobre nós
Com exclusiva atração molecular
Trovões mecânicos e impercepções
O Sol nascente


















TRELLES © 2005-2007 André Telles do Rosário


outras páginas-casas que valem sua visita:

Pulverizar a Cultura até a Arte em cada um

Camiles

Garotas que dizem Ni - Fla Wonka

Instantemente

Interpoética

Lugares Comuns

Mercúrio e Luxúria

Quadro Mágico

Rizoma

Verso em branco

arquivos

200511   200601   200602   200603   200604   200605   200607   200608   200609   200610   200611   200612   200701   200702   200703   200704   200705   200706   200707   200708  





online college search

This page is powered by Blogger. Isn't yours?